sábado, 5 de junho de 2010

Liberdade





É verdade,
Se me perguntarem não posso mentir.
Hoje eu não sou feliz.
Esqueci-me dessa essência dos dias, daquilo que me fazia sorrir.
Quase como se os meus sonhos se evaporassem.
Como se as horas dos dias que passam vazios os levassem,
Como se me roubassem as memórias sagradas que guardo no coração.

Coração...
Nesse lugar fechado a sete chaves, das quais não possuo nenhuma.
Se eu mesma não as encontro
Como posso esperar que alguém as encontre para mim?
Como posso esperar que alguém me devolva o meu sorriso apagado?

Nunca me lembro de ser uma pessoa feliz,
Menos naquela fase porque todos nós passamos na infância.
Aquela falsa inocência de alegria despreocupada que todos, em mais novos, provamos.

Sempre questionei demasiado o mundo.
Questionei todas aquelas razões que os outros aceitam apenas porque assim deve ser.
Sempre fui diferente e isso tirou-me a capacidade de me interessar pela maioria do mundo, e principalmente pelas pessoas, mas fez-me crescer forte com os meus próprios valores.

O ser diferente
O querer questionar e entender sempre tudo
Faz-me hoje sofrer na procura incansável da felicidade criada ao meu pensar.
Percebo finalmente que não é algo real para viver, pois para isso teria de haver um outro eu, no mesmo sonho e não há duas pessoas iguais.

Percebo que talvez assim nunca possa ser totalmente feliz.
O problema não é eu não saber ser feliz.
O problema é eu procurar uma felicidade, um sonho irreal.

Embora a vida, de muitas maneiras, nunca me tenha sorrido.
Nunca fui pessoa de desistir.
Embora não possa ser feliz como sonhava tenho de tentar então, criar uma nova realidade irreal de felicidade e sorrir, se algum dia voltar a conseguir, com o que tenho.
Tentar com aquilo que é meu e não me podem tirar.

Com a minha Liberdade.
Algo que nem todos têm .
Disso ninguém deveria ser privado.
Porque pior do que hoje não saber sorrir, é ser proibida de o fazer.

Por tudo o que aconteceu e que por mais que lamente não pode voltar,
A única solução que resta é continuar com aquilo que ninguém me pode tirar.